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Moda Negra e Plus Size. Queremos e precisamos de muito mais!

Desfiles sem representatividade, lojas com peças em tamanho único ou que simplesmente a numeração não corresponde ao tamanho que deveriam ter...

Quantas vezes mulheres plus size deixaram de aderir a uma tendência por encontrarem somente marcas que oferecem produtos básicos.

Ser mulher, gorda e negra realmente não é fácil e é um assunto que precisamos colocar em pauta, além de conhecer e divulgar marcas que trabalhem com peças plus size e não abram mão de um produto fashion.

Segundo dados da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), o mercado plus size cresce 6% anualmente e movimenta cerca de R$ 5 bilhões. Mas por quê um público tão significativo como esse ainda é ignorado ou pouco abordado? Muitas pessoas se sentem insatisfeitas com as opções oferecidas e a dificuldade é ainda maior quando o assunto é roupas de festas e lingerie.

Pensando na temática, conversamos com a Silmara Oliveira, presidente da ala plus size da escola Vizinha Faladeira, para entender um pouco sobre a realidade de quem, além de viver com todas as questões relacionadas ao corpo, precisa encontrar o seu lugar na moda.

Editorial Gorda Flor – entre curvas e cores. / Foto: Helen Salomão / Saiba mais sobre o projeto clicando aqui!

1 – Quem é sua inspiração na hora de se vestir?

Silmara: Na verdade, não tenho um entendimento técnico de moda e estilos. Me inspiro no conforto. Roupas confortáveis e adequadas a cada ocasião é o que eu gosto. Confesso ter uma preferência por estilos afros e no meio de moda plus size, quase não vejo nada com essa pegada. Existe uma marca com esta promessa, mas que trabalha estampas e personagens afros, cujas roupas parecem aqueles blusões que usamos para relaxar e dormir.

"Ou seja, não me sinto representada na moda plus size".

Editorial Gorda Flor – entre curvas e cores. / Foto: Helen Salomão / Saiba mais sobre o projeto clicando aqui!

2 - O que você acha que ainda precisa melhorar na moda plus size?

Silmara: Entendo que a roupa plus exige complexidade e muito mais tecido. Entretanto, nada que justifique o preço. A moda plus é uma fábrica de dinheiro, mas seus produtos são verdadeiras fortunas para a maioria das pessoas gordas.

Basta entrar em qualquer site de roupa plus que não se compra nada de boa qualidade e bom gosto por menos de R$300 reais. É um mercado elitizado. Precisa melhorar a questão do preço e qualidade dos produtos para que sejam de fato voltados à classe C.

3 - Você acha que as vendedoras dão a mesma atenção e têm o mesmo cuidado com as compradoras plus size, se comparado ao biotipo “padrão”?

Silmara: Em lojas específicas que contratam vendedoras plus size, percebo o atendimento excelente. Quando isso não acontece e os vendedores são magros, nunca entendem nossas necessidades e dificuldades. Os provadores de lojas mistas, que se propõem a comercializar roupas plus, precisam ser adaptados, o que raramente acontece.

Não é só o preparo dos vendedores, mas também, de todo o espaço que se propuser a atender pessoas plus.

Editorial Gorda Flor – entre curvas e cores. / Foto: Helen Salomão / Saiba mais sobre o projeto clicando aqui!

4 – Qual é a mensagem que você daria às mulheres gordas que têm dificuldades em se aceitar?

Silmara: A aceitação é o primeiro passo para conhecermos e entendermos o nosso corpo. Também é o primeiro passo para entendermos que o nosso conteúdo é mais importante que a nossa forma.

Só depois que conseguirmos amar nosso corpo, é que conseguiremos cuidar dele.

Por isso, meninas, eu as convido para se amarem como são, aproveitar a vida com o corpo que tiverem porque viver é direito de todos.

Produtos têm rótulos, pessoas não. Portanto, ao invés de aceitar que te rotulem, seja você mesma! Cuide-se! Ame-se! Viva e aproveite!

Marcas negras plus size, queremos conhecer vocês e ajudar a difundir essa ideia por aí!

portaltombay@gmail.com

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