Se tu quer uma preta de respeito, então toma!
Angela Davis é, de fato, um nome que deveria estar presente nos livros de história. Mulher e negra, a professora norte-americana é uma referência quando se fala de lutas pela igualdade de gênero e o fim do preconceito racial.
Angela nasceu em um período de forte discriminação, principalmente, onde ela morava, no Sul dos EUA, onde a segregação era muito forte e violenta. Cansada de ver casas e igrejas de bairros negros explodirem, de perder amigos para a forte perseguição da Ku Klux Klan, Angela decide começar sua revolução no início dos anos 60.
Em 1963, Angela se muda para Massachusetts para estudar Filosofia e tem como grandes inspirações Jean-Paul Sartre e Hebert Marcuse que lhe deram a confiança e força necessária para enfrentar a sociedade machista e preconceituosa da época e dar voz aos seus irmãos. Anos mais tarde, associou-se ao partido comunista e aos Panteras Negras e, no início da década de 70 entrou para a lista das pessoas mais perigosas procuradas pelo FBI. Na época, Angela estava envolvida com o caso de três militantes negros acusados de matarem um policial. Durante o julgamento, um deles, entrou armado no tribunal e tomou o juiz e o tribunal como reféns. O caso acabou com a morte dos três réus e do juiz. E Angela passou a ser acusada de ter comprado a arma que foi usada no crime, o que a ligava diretamente, aos assassinatos, assim, Angela foi considerada uma criminosa, sendo presa em 1971.
A partir daí, milhares de grupos se organizaram e fizeram um grande movimento para sua libertação. O “Free Angela” teve participação de nomes como: John Lennon e Yoko Ono e dos Rolling Stones. Após forte pressão, o juri branco decidiu que Angela era inocente.
Desde então, Angela não parou mais, tanto na carreira profissional quanto nas suas militâncias. Além do racismo e da desigualdade de gênero, Angela passou a lutar contra o sistema prisional americano, devastação do meio ambiente, homofobia, entre outros.
Angela esteve presente na Marcha das Mulheres que teve a participação de 3 milhões de pessoas nos EUA, após a posse de Donald Trump. E, recentemente, esteve no Brasil, onde, exaltou mulheres que contribuíram para as lutas feministas e ainda, criticou a prisão como forma de solução da violência doméstica.
E foi durante essa visita, que Angela disse: "Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela, porque tudo é desestabilizado a partir da base da pirâmide social onde se encontram as mulheres negras, muda-se a base do capitalismo".